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George Soros abandona a libra

George Soros, o bilionário cuja aposta de 1992 contra a libra entrou para a história do setor de hedge fund, não repetiu a façanha antes da queda recorde da moeda, na sexta-feira.

Soros manteve “posição comprada” para a moeda antes do referendo do Reino Unido para deixar a União Europeia, na sexta-feira, e não “especulou contra a libra enquanto defendia a permanência do Reino Unido”, disse um porta-voz em comunicado enviado por e-mail na segunda-feira.

“Devido à sua perspectiva geralmente pessimista em relação aos mercados internacionais”, Soros lucrou com outros investimentos, segundo o comunicado.

Nos dias que antecederam o referendo que marcou uma ruptura entre o Reino Unido e a União Europeia, Soros alertou que a libra poderia cair mais de 20 por cento em relação ao dólar e que os eleitores estavam subestimando grosseiramente o verdadeiro custo da Brexit.

A libra caiu 8,1 por cento na sexta-feira, atingindo seu nível mais baixo em mais de três décadas, e apresenta novo declínio nesta segunda-feira.

“Agora o catastrófico cenário que muitos temiam se materializou, tornando a desintegração da UE praticamente irreversível”, escreveu Soros em 25 de junho, em um ensaio sobre o referendo britânico para a Project Syndicate.

“As consequências para a economia real serão comparáveis apenas às da crise financeira de 2007-2008”.
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Quebrando o BOE

Soros chegou à fama como o gestor de recursos que quebrou o Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) em 1992, ao obter um lucro de US$ 1 bilhão com a aposta de que o Reino Unido seria forçado a desvalorizar a libra e a tirá-la do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio.

Soros disse em um artigo no jornal britânico The Guardian, na semana passada, que teve “sorte” de obter um lucro substancial para os seus investidores de hedge fund à custa do BOE e do governo britânico.

Os investidores enfrentam meses de incertezas após o referendo. As mecânicas e as condições da saída do Reino Unido ainda não foram determinadas e não está claro como ficará a liderança política do país durante as negociações após o anúncio de renúncia do primeiro-ministro David Cameron.

“O Reino Unido pode ou não se sair relativamente melhor em relação a outros países deixando a UE, mas sua economia e sua população sofrerão significativamente a curto prazo e a médio prazo”, escreveu Soros em seu ensaio de 25 de junho.

Os mercados financeiros “provavelmente continuarão em uma turbulência enquanto o longo e complicado processo de divórcio político e econômico da UE estiver sendo negociado”, disse ele.

Fonte: EXAME

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