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Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus: crise financeira do Lyon pode tirar jogadores do Botafogo? Entenda

Ainda não estão muito claros os efeitos que a crise financeira atravessada pelo Lyon podem causar ao Botafogo, mas o déficit imediato de 100 milhões de euros (cerca de R$ 610,9 milhões) registrado pelo braço francês da Eagle Football, holding multiclubes comandada por John Textor, respingará em algum momento na equipe brasileira.

Para evitar que o Lyon seja rebaixado ao fim da temporada — uma das punições previstas pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) caso a situação financeira do clube não melhore —, Textor prometeu levantar receitas ainda neste ano. Uma sanção já certa é a proibição para contratar reforços na próxima janela de transferências.

Segundo a imprensa francesa, a Eagle registrou um déficit de 25,7 milhões de euros (R$ 157 milhões) na temporada passada, e chegou a uma dívida próxima a 500 milhões de euros (R$ 3 bilhões). No que cabe ao próprio Lyon, venda de jogadores deve ser primeira tentativa de solução. Futuros valores de premiação por desempenho nas competições também contribuirão. Mas o americano precisará ir além e mexer com outros membros da rede.

Um de seus principais objetivos é negociar as ações que detém do Crystal Palace, clube da Premier League inglesa (45% do total). O prazo para concluir uma operação complexa, porém, pesa contra. Assim como o fato de Textor não ser o acionista majoritário do clube. Até mesmo a abertura de capital da holding na Bolsa de Valores de Nova York segue no radar, apesar de ser uma meta mais de olho em 2025.

Já o Botafogo, da mesma forma que se beneficia da ajuda dos “coirmãos” para fazer contratações, precisará ajudar um deles, sobretudo negociando jogadores.

— Essa é a vantagem de ser uma rede que divide a liquidez e os recursos entre os clubes. E o Lyon não resgata mais o Botafogo. Este ano, o Botafogo terá que reabastecer os cofres do Lyon — disse Textor na sexta-feira.

Imediatamente, vêm à cabeça os exemplos dos atacantes Thiago Almada e Luiz Henrique, comprados por mais de R$ 100 milhões nesta temporada — as contratações mais caras da história alvinegra. Ambos assinaram acordos nos quais está prevista a possibilidade de saída futura para um clube membro da Eagle.

Para Almada, o adeus é quase uma certeza. Assim que anunciou o argentino, comprado do Atlanta United (Estados Unidos) por 25 milhões de dólares (R$ 137,4 milhões à epoca), Textor admitiu que ele iria para a França em janeiro — este martelo foi batido antes do transfer ban. Talvez o destino na Europa vire outro.

Já para Luiz Henrique, adquirido do Real Betis (Espanha) por 20 milhões de euros (R$ 106 milhões), nunca houve prazo definido.

Mas alguém sai?

Desde que comprou a SAF, em 2022, Textor transferiu para o Lyon o goleiro Lucas Perri, o zagueiro Adryelson e o atacante Jeffinho — os últimos dois voltaram por empréstimo. Os movimentos, no entanto, não levantaram dinheiro para a holding.

Naturalmente, a boa campanha do Botafogo, líder do Brasileirão e finalista da Libertadores, valoriza o elenco, que teve vários jogadores convocados nas últimas Data Fifa. Um estudo do Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudos de Esporte (CIES) apontou que Luiz Henrique se tornou o nome mais valioso da América do Sul, algo entre 26 e 35 milhões de euros.

O atacante Igor Jesus também atrai olhares da Europa. Após ser contratado sem custos do futebol árabe, ele foi alvo de uma sondagem do West Ham-ING no valor de 30 milhões de libras (cerca de R$ 230 mi). Textor disse que não pretende negociá-lo agora, mas a situação do Lyon pode mudar o caso.

A posição do Botafogo é de confiança. Em nota oficial divulgada no sábado, o CEO Thairo Arruda defendeu Textor e disse que “a França ainda está em fase de entendimento” do “diferencial competitivo” da Eagle.

“Estamos muito seguros de que tudo vai se resolver brevemente. Nossa família está cada vez mais unida em busca do sucesso de todos os clubes”, afirmou Thairo.

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